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Como funciona o Surf Ranch, a piscina de ondas perfeitas do Kelly Slater.

Entenda os detalhes da piscina de ondas que vem transformando o surf mundial.

Foto: WSL

 

Certamente você já ouviu falar da nova piscina de ondas criada pelo Kelly Slater na Califórnia. O Surf Ranch, como é chamado, vem mudando a forma de como vemos o surf. Mas qual será o impacto nos próximos anos desta nova tecnologia? Ela é capaz de substituir as competições que conhecemos hoje?

John-John surfando com sua Pyzel no Surf Ranch. Foto: WSL

 

Vamos explorar abaixo as principais informações sobre o projeto!

História

Sediado em Lemoore, no meio de uma região rural da California, rodeada por vacas e plantações, o Surf Ranch vem atraindo as atenções do mundo todo. O projeto vem sendo idealizado desde 2006 mas entrou em operação em Dezembro de 2015, com eventos teste fechados ao público.

O grande primeiro evento que marcou história foi o Future Classic – The Test, onde tivemos dobradinha brasileira com o nosso campeão mundial, Gabriel Medina, surfando uma Cabianca, em 1º lugar e o Filipe Toledo com uma onda incrível em 2º colocado, surfando com a sua Sharp Eye.

 

Filipe Toledo, Gabriel Medina e Silvana Lima acompanham o evento The Test. Foto: WSL

 

No entanto, muito esforço foi colocado para formar a onda perfeita com longos tubos, manobras e ainda espaço para uma finalização.

Duas grandes mentes lideraram a idealização do projeto: Kelly Slater, fundador da Slater Designs, 11x campeão mundial com seu inegável domínio do surf e Adam Fincham, especialista em mecânica de fluídos na Universidade do Sul da Califórnia. Juntos, eles trabalharam (e continuam trabalhando) para colocar em prática a formação artificial da onda.

 

Kelly Slater surfando em sua piscina de ondas. Foto: GoPro

 

Kelly com sua prancha Slater Designs no seu Surf Ranch.

 

A ciência por trás da onda

Mas como é formada a onda? Você já reparou naquela “locomotiva” passando por trás dos surfistas? Ela é uma das grandes responsáveis pelo resultado final. Ela puxa um hidrofólio, que nada mais é do que uma espécie de pá gigante, projetada minuciosamente para ao mesmo tempo puxar e empurrar a água e formar o swell. Essa locomotiva é movida por mais de 150 pneus de caminhão à aproximadamente 30km/h.

 

Fonte: Estadão / Crédito: Jonatan Sarmento e Marcos Muller

 

Stephanie Gilmore pega um tubo no Future Classic surfando uma DHD-DNA. Foto: WSL

 

Com a onda formada, amortecedores nas bordas da piscina deixam a água calma e preparada para a próxima onda, evitando que a água fique agitada após a quebra, não deixando aquele “mar” picado que conhecemos. Em 3 minutos, a piscina volta ao seu estado estático e está pronta para a próxima onda perfeita. Essas ondas podem hoje ser programadas para iniciantes, intermediários ou avançados, chegando à 2 metros de onda!

O fundo também é projetado e cuidadosamente calculado para ajudar na formação da onda, pelo impulso dado pelo hidrofólio.

 

 

Os detalhes do projeto foram publicados pela renomada revista Science, e você pode acessar o artigo por aqui.

 

O que muda com o Surf Ranch e outras piscinas de ondas?

Em 2018, o local já sediou o Founders’ Cup com transmissão ao vivo pela internet, acompanhado por milhares de pessoas online e pelos sortudos que puderam acompanhar pessoalmente os melhores surfistas do mundo representando seus países em uma competição eletrizante. Ainda esse ano, em Setembro, o Surf Ranch irá hospedar pela primeira vez uma etapa do CT da WSL e já mostra o potencial da piscina no principal campeonato de surf de todo o mundo. Inclusive, a própria WSL investiu na Kelly Slater’s Wave Company ao comprar parte majoritária da empresa.

 

Público acompanha o Founders’ Cup. Foto: WSL

 

Conhecendo pessoalmente o Surf Ranch

O local ainda não é totalmente aberto para o público, mas alguns eventos já estão sendo vendidos. Os ingressos para o Founders’ Cup variavam entre 80 e 9.500 dólares, sendo que os ingressos mais caros davam direito à surfar algumas ondas no dia após a competição e acessos VIPs junto com os surfistas e até o Kelly em pessoa!

Até 2026, o público terá muito mais acesso ao parque. A expectativa é que até lá o espaço tenha 63 hectares com duas piscinas e outras diversas estruturas. Vale a espera, não é mesmo?

Podemos com toda a certeza dizer que as piscinas de onda vieram para ficar, assim como jamais irão substituir nosso verdadeiro lar, o mar. No entanto, elas trazem outra experiência de surf e devem aprimorar ainda mais a divulgação e a qualidade técnica de atletas por todo o mundo, além de possibilitar uma nova geração de atletas que vêm de fora do litoral.

Muitas outras piscinas estão surgindo (como o exemplo no vídeo abaixo) com novas tecnologias e modelos de negócio e devemos ver cada vez mais essa transformação no dia a dia do mundo do surf e dos surfistas.

 

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