fbpx

Supremacia Brasileira Na Última Década

Supremacia Brasileira Na Última Década – Introdução

A supremacia brasileira na última década do surf profissional é algo muito notório. Hoje temos a maioria dos surfistas na categoria masculina. Em 2020 serão onze entre os trinta e quatro tops da Liga Mundial de Surf (WSL), praticamente um terço dos competidores. 

Anos 90

Para quem acompanha o circuito mundial desde a década de noventa, sabe que se alguém um dia falasse que em pouco mais vinte anos teríamos a maioria do atletas e o maior número de vitórias em etapas, essa pessoa dificilmente seria levada a sério. 
Digo anos noventa, pois foi quando eu comecei a acompanhar o circuito. Também foi em 92 que a extinta ASP dividiu o circuito em duas divisões, chamadas àquela época de WQS (divisão de acesso) e WCT (divisão de elite). Com a mudança para a WSL o formato continuou o mesmo, apenas os nomes mudaram um pouco, sendo conhecidos hoje como QS (Qualifying Series) e WT (World Tour). 

Dream Tour

Inegavelmente houve diversas mudanças neste período, desde o advento do circuito de duas divisões há vinte e sete anos atrás. Os outrora Top 44 hoje são Top 32, fazendo com que a classificação de novos surfistas para a elite ficasse ainda mais desafiadora. Ondas perfeitas em locais distantes dos grandes centros foram inseridas no tour, que a partir de 1995 começou a ser chamado de circuito dos sonhos. A entrada de G-land – na Indonésia – no calendário da ASP foi uma novidade que mudou os rumos do surf competição para sempre. 
Mesmo tendo durado apenas três anos (1995, 1996 e 1997) os campeonatos realizados na lendária esquerda de Grajagan marcaram época, pois aconteceram em condições simplesmente perfeitas, condições estas que os competidores nunca tinha visto antes em eventos profissionais. Com a instabilidade política na Indonésia em 1998 a competição foi cancelada naquele ano e não mais voltou, tendo sido substituída por outra onda de alto calibre, Cloudbreak, nas Ilhas Fiji. Agora quem está fora do calendário é Fiji, e a volta do campeonato em G-land em 2020 já vem sendo comemorada pelos competidores e aficcionados pelo surf competição mundo afora.

Reef Breaks

Em suma, este é um assunto que ainda vamos nos aprofundar em outro post. Principalmente onde quero chegar neste momento, é que com as diversas mudanças no circuito, a vida dos surfistas brasileiros no tour pareciam se complicar. Ondas grandes, perfeitas, sobre fundos de pedra e coral com são os casos de G-land, Fiji, St. Leu e Teahupoo colocavam um ponto de interrogação em como seriam as performances dos nossos atletas. De fato a maioria dos nossos representantes demorou para ter boas performances, no entanto, algumas excelentes apresentações aconteceram. 

Finais Em Ondas Perfeitas

supremacia brasileira ultima década

Destaque para o Niteroiense Guilherme Herdy que foi vice-campeão em Mundaka, no País Basco, em 1999 e em Tavarua (Fiji) em 2000. De tal forma vale lembrar a excelente performance do baiano Jojó de Olivença nas perfeitas esquerdas de St. Leu (Ilhas Reunião) vice em 1994 e também do Cabofriense Victor Ribas em Tavarua, segundo colocado no ano de 1999.

Vitórias Escassas 

Entre os anos de 1992 e 2009 tivemos apenas nove vitórias na elite do surf mundial. Ainda assim, a maioria delas em condições de ondas pequenas em beach breaks ao redor do mundo. Apesar destas vitórias esporádicas na década de noventa e começo dos anos 2000, como as de Fábio Gouveia, Peterson Rosa, Neco Padaratz, Ricardo Tatuí, Teco Padaratz e Victor Ribas, ficamos quase 6 anos sem comemorar êxitos no CT.
Entre a etapa de Hossegor na França em 2002, quando venceu o catarinense Neco Padaratz e a etapa de Teahupoo no Taiti em 2008, onde venceu o Niteroiense Bruno Santos – competindo como convidado – conquistamos poucos bons resultados, num período de entressafra de gerações. Naquela época os mais experientes, que abriram o caminho para os novos, estavam em vias de se aposentar do tour mundial, enquanto os que chegavam ainda não eram páreo para os gringos que dominavam o circuito, encabeçados por Kelly Slater, Mick Fanning, Andy Irons, Joel Parkinson e Taj Burrow.

2010 – Ano De Transição

supremacia brasileira ultima década

O ano de 2010 foi de transição. Cortes de surfistas no meio ano, alterações drásticas na regras, atualizações nos critérios de julgamento, etc. Por um lado tivemos a ascensão de Adriano de Souza, o Mineirinho. Em 2009 ele já havia vencido sua primeira etapa no WCT, em Mundaka/Sopelana na Espanha, e chegava como nome de peso em 2010. Era reconhecido pelo público, juízes e adversários como atleta de ponta, capaz de brigar pelo topo. Neste mesmo ano o Potiguar Jadson André fazia sua estreia na elite, e logo na terceira etapa do ano, na Praia da Vila em Imbituba (SC), sagrou-se campeão, batendo ninguém mais ninguém menos do que Kelly Slater na final. 
Em contrapartida, aquele ano se provaria ser o mais fraco em termos de participação de brasileiros no tour. Apesar das boas colocações de Adriano e Jadson, que terminaram o circuito entre os Top 14, perdemos alguns atletas e iniciamos a próxima temporada – de 2011 – com apenas cinco atletas.
No próximo post entraremos na era de ouro do surf brasileiro no circuito mundial. A partir de 2011 começou a surgir a tão conhecida Brazilian Storm (Tempestade Brasileira). Certamente esta tempestade parece não ter data para terminar, pois ela já dura nove anos e não parece estar perdendo força em um futuro próximo. Fiquem ligados!

 

Deixe uma resposta