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Supremacia Brasileira Na Última Década – Continuação

A supremacia brasileira na última década no surf mundial – continuação.
Em nosso último post abordamos um pouco da história dos surfistas brasileiros nos campeonatos da ASP entre os anos de 1992 e 2010. No post de hoje seguimos com a década de ouro do surf brasileiro, de 2011 a 2019, período em que os brasucas dominaram o circuito mundial da ASP/WSL.

As Mudanças de 2011

Foi em 2011 que a extinta ASP mudou drasticamente a forma como o ranking era pontuado e também diminuiu de quarenta e cinco para trinta e dois o número de atletas na elite. Inegavelmente foram mudanças polêmicas, alguns surfistas não aceitaram bem o corte na metade da temporada. Sobretudo o californiano Bobby Martinez, que deu entrevistas criticando pesadamente a entidade. Naquele mesmo ano optou por se afastar do surf de competição por estar desgostoso com tudo que vinha acontecendo.

O Furacão Medina

Entretanto, 2011 guardava uma surpresa enorme para a segunda metade da temporada. Nesta mesma época o brasileiro Gabriel Medina classificou-se para o WT. Certamente Gabriel chegou como grande promessa pelas performances impressionantes em alguns eventos do QS e em sessões de vídeo. Com apenas dezessete anos de idade, Medina tomou de assalto o circuito mundial. De forma impressionante ele venceu dois dos cinco eventos que disputou e ainda chocou a todos com o surf apresentado no Pipe Masters daquele ano, terminando o campeonato em quinto lugar e finalizando o ranking final em décimo segundo. Nada mal para quem participou de menos da metade dos eventos na elite naquele ano.

Adriano de Souza Nota 10

supremacia brasileira na década

O ano de 2011 foi excelente também para o capitão da equipe brasileira, Adriano de Souza. Da mesma forma que Medina, ele venceu duas etapa, uma na Barra da Tijuca no Rio de Janeiro e a outra em Peniche, Portugal. Não só venceu, como também marcou época com uma performance histórica nos tubos da praia de Supertubos. Adriano conseguiu sua  primeira nota dez na elite do surf mundial na semifinal. Para fechar com chave de ouro, derrotou na final o virtual campeão mundial daquele ano, o mito Kelly Slater. Mineirinho terminou o ano na quinta colocação no ranking, sua melhor até então.

Vacas Magras

Em 2012 passamos em branco, algumas segundas colocações com Mineirinho e Medina, sobretudo a polêmica final de Portugal, quando Julian Wilson virou pra cima do Gabriel com uma direta de nota contestada até os dias de hoje. Neste mesmo ano o surfista de Maresias deu show nos tubos de Tavarua, em Fiji, e mostrou ao mundo do que era capaz de fazer em ondas perfeitas e tubulares, perdendo para Kelly na final. Certamente seria questão de tempo para que viesse a primeira vitória em mares deste tipo.
O ano seguinte também foi de vacas magras em termos de vitórias, no entanto, a única que tivemos foi marcante. Finalmente um brasileiro seria campeão em Bells’s Beach, o evento mais tradicional do tour mundial. Adriano de Souza tocou o sino (até quebrar o troféu) e honrou nossa bandeira em águas australianas. Lembrando que a cearense Silvana Lima já havia conquistado o mesmo evento em 2009.

2014 – O ano da virada

Nem o mais otimista torcedor ou admirador do surf apostaria em uma temporada tão dominante por parte de um surfista brasileiro. Finalmente pudemos comemorar o tão esperado título mundial de surf da ASP. Foi aí que teve início a supremacia brasileira no surf mundial.
Gabriel Medina começou o ano arrasador, destruindo as ondas de Snapper Rocks, na Gold Coast australiana. Em suas duas últimas baterias mostrou o quanto pode ser decisivo quando está sob pressão. Viradas emocionantes para cima de lendas do surf, primeiro Taj Burrow na semifinal e depois Joel Parkinson na final. 

Dominação em Fiji

Além da vitória na estreia, Gabriel ainda emplacou mais dois títulos no ano. Não apenas venceu, mas também mostrou ao mundo que os surfistas brasileiros podem sim surfar ondas pesadas e tubulares sobre fundo de pedras com maestria. Medina não deu chances aos adversários em Fiji, quando venceu o californiano Nat Young. 

Cirúrgico no Taiti

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Mais impressionante ainda foi o campeonato de Teahupoo, no Taiti. O surfista de São Sebastião pegou tubos enormes em algumas das melhores ondas já surfadas em campeonatos de surf. Condições extremas, tubos grotescos eram completados a cada bateria. Medina atropelou seus adversários, sequer caiu da prancha até a final, quando tomou sua primeira vaca no campeonato. Ainda assim, completou dois tubaços impressionantes e mais uma vez venceu o mito Kelly Slater, exímio conhecedor do pico.

Festa Brasileira no North Shore

Ao final daquele ano, Medina quebrou as ondas de Pipeline e Backdoor no Havaí, onde chegou na final e foi vice no evento, sendo derrotado em uma disputa alucinante pelo australiano Julian Wilson. Este resultado foi suficiente para que o garoto prodígio fosse o campeão da temporada, trazendo para o Brasil o primeiro título mundial de surf profissional na categoria. Histórico, emocionante! As areias de Pipeline foram tomadas pela torcida brasileira, muitas bandeiras e barulho, uma festa sem precedentes no surf mundial. 
No próximo post, o último da trilogia, seguiremos com a retrospectiva do domínio brasileiro na última década, com os títulos de Adriano de Souza, o segundo de Medina e o mais recente, do potiguar Ítalo Ferreira.

  

 

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