Com o aumento das piscinas de ondas pelo Brasil e pelo mundo, uma pergunta muito comum é: que tipo de prancha é a melhor para surfar na piscina? Vem com a gente, que contamos tudo que você precisa sabe aqui!
Bem, a resposta é: depende. Sim, depende do tipo da onda, do nível da onda, da seção que será surfada, qual a configuração da onda, em qual piscina, etc. Existem diferentes tecnologias nos dias de hoje, mas neste artigo vamos nos basear na mais conhecida delas, Basca Wavegarden (Surfland).
Epóxi, PU ou Carbono
Alguns shapers defendem que a melhor prancha de surf para uma piscina de ondas é aquela feita com materiais mais leves, fortes e tende a ser mais curta, com mais rocker, além de quebras de linha no outline. Um pouco mais de espuma para melhorar a flutuação na água doce e favorecer a remada também é uma boa opção. Abaixo estão diretrizes de Christiaan Bradley, um dos melhores shapers do mundo:
“Você frequentemente precisa de flutuação extra, então adicione 1/16 de polegada à espessura ou 1/8 à largura”, diz Christiaan, da Bradley Surfboards. “Você pode descobrir que precisa de um pouco mais de flutuação ou área de rabeta na prancha, o que cria sustentação. Muitos surfistas precisam dessa sustentação para ter mais impulso e drive”.
“Uma linha de borda mais curta e mais curva para se adequar ao espaço apertado das ondas de piscina são outros ajustes comuns e necessários. A maior tendência que estamos vendo é que o EPS (epóxi) está se tornando a construção favorita nas pranchas de surf para piscinas de ondas”.
Construção Em EPS e Agilidade
De fato, mais surfistas estão optando pela construção em Poliestireno Expandido (EPS) em suas pranchas de piscina do que em Poliuretano (PU), porque o EPS é mais leve. Uma prancha que pesa menos terá mais flutuação. Isso é importante ao surfar nas piscinas de ondas de água doce, que são ligeiramente menos flutuantes.
Além disso, as propriedades de flexibilidade entre os dois materiais diferem. A maioria dos surfistas descreve a flexibilidade do PU como mais sensível e ajustada, enquanto o EPS é considerado mais elástico e permissivo.
“Eu surfei Snowdonia (Wavegarden) cerca de três vezes e é incrível”, diz o jovem surfista britânico Stanley Norman. “Eu uso epóxi ou algo um pouco mais espesso porque a onda é bem fraca e é mais fácil conseguir fluidez e mais velocidade nas curvas com epóxi.”
Christiaan Bradley concorda que as características de desempenho do epóxi, incluindo a flutuação adicional, são bem adequadas para uso em piscinas de ondas.
“Para mim, o epóxi oferece essa flutuação adicional e, em Snowdonia, ajuda muito mais porque aquela onda não tem muita força”, acrescenta Christiaan. “O epóxi seria uma vantagem para a maioria dos surfistas, mas alguns preferem o PU porque são tão bons que não precisam de ajuda do equipamento. Mas outros terão dificuldades com a onda, então você precisará trocar para epóxi para que eles consigam encaixar na linha mais facilmente, embora alguns achem mais difícil cravar as bordas quando se tem toda aquela flutuação. Mas alguns surfistas lidam melhor com isso do que outros”.
Nova Construção
A Firewire introduziu uma nova construção reforçada chamada Artificial Wave Technology, especificamente projetada para piscinas de ondas.
“Desenvolvemos a construção Artificial Wave Technology para suportar as demandas diárias de surfar ondas tubulares”, diz a Firewire. “É para enfrentar o concreto, rochas, águas rasas e as paredes e barreiras que cercam as melhores ondas tubulares do mundo.”
O princípio de construção se aplica também a piscinas de ondas com paredes e fundos de concreto. Por enquanto, a tecnologia Helium da Firewire é o que se pode encontrar para compra no mercado. Ela consiste em borda feitas da madeira Paulownia com EPS, já para a construção da Artificial Wave Technology, eles adicionaram tiras de carbono reforçadas no bico e na rabeta, além de reforços nas caixas de encaixe das quilhas.
As pranchas com blocos EPS e laminadas com carbono, aquelas todas pretas que tem muita gente usando, também funcionam muito bem na piscina, visto que oferecem maior flutuação, leveza e um efeito “estilingada” incrível, dando muita projeção e drive para o surfista, que consegue desenvolver uma velodidade e um nível de respota ágil e rápida essenciais nas ondas com pouca área de base desta piscina.
Pranchas Mais Curtas E Com Mais Curvatura
Uma tendência que está surgindo para formatos específicos de piscina de ondas é o comprimento mais curto. Por exemplo, Stanley Norman acrescentou que geralmente usa uma prancha de 5’8″ no oceano, mas em Snowdonia utiliza uma de 5’6″ ou 5’7″. Essa redução no comprimento é ainda mais drástica quando considerada a mudança está acontecendo com as medidas dos surfistas groms.
Essa redução no comprimento/tamanho da prancha ajuda a se encaixar em espaços mais apertados. Mais comprimento em uma prancha cria uma linha de borda mais longa e reta, o que tende a prolongar suas curvas. Isso funciona muito bem em uma onda com face aberta como Jeffrey’s Bay ou Mundaka por exemplo, mas não funciona em uma onda menor e oca como as encontradas em Waco, Surfland e Snowdonia. Consequentemente, ao reduzir o comprimento, o formato de uma pranchinha padrão se torna mais curvado.
Tomamos como exemplo a profissional ex-residente de Snowdonia, Jo Dennison. Jo disse que reduziu o comprimento de sua prancha padrão de 5’7″ para 5’4″ nas piscinas de ondas.
“Minhas pranchas são tão pequenas que eu não consigo nem remar direito com elas no oceano mais”, diz Jo. “Aonde quer que você surfe, precisa tentar encontrar uma prancha que se encaixe no formato da onda. Tem sido um processo realmente interessante tentar encontrar a prancha perfeita para surfar nas ondas da Wavegarden. Você realmente não precisa remar na piscina de ondas, então pode usar pranchas menores do que normalmente usaria no oceano. A onda é pequena, mas intensa, então você quer algo que se encaixe bem, caso contrário você simplesmente terá muita linha de borda”.
Mais Curvatura/Rocker = Curvas Rápidas Em Pockets Apertados
Matt Biolos e sua equipe Lost passaram muito tempo no ano passado testando materiais e construções em piscinas de ondas ao redor dos EUA, mais notavelmente no BSR Surf Resort em Waco. Eles de fato detectaram que pranchas de surf padrão projetadas para oceano são desenvolvidas para cobrir mais área de superfície ao cortar a superfície da água em uma onda.
Matt Biolos fez várias viagens ao BSR Surf Resort em Waco. Ele descobriu que ajustar a curvatura da prancha tanto na borda quanto no rocker é essencial.
“A onda é relativamente curta e intensa, com bastante potência e transições apertadas”, diz Matt. “Isso favorece as pranchas mais curtas e com curvas rápidas. A transição é apertada e íngreme, então você quer encaixar suas curvas rapidamente. Também é o tipo de surf onde você faz muito contato com o lip, a onda fica em pé o tempo todo”.
A outra linha de pensamento é que, se o surf na piscina de ondas for bom o suficiente, não há necessidade de ajustar o equipamento. É verdade que a maioria dos shapers vê o mundo do design de pranchas através dos olhos dos seus atletas profissionais, que atingem um nível de performance que a maioria de nós só pode sonhar. Mas se sua pranchinha favorita funciona bem no oceano, é provável que ainda funcione quando você estiver em uma piscina.
“Se a onda tem potência suficiente para impulsionar o surfista, você pode usar sua prancinha shortboard padrão”, diz Bradley. “O BSR tem muita potência, então uma prancha padrão funcionaria. O mesmo vale para a onda de Kelly e a Wavegarden (Surfland)”.
O Futuro
Apesar de serem piscinas de ondas com alguma semelhança, cada onda em cada piscina de ondas é diferente. Portanto, não há um design particular que funcione bem em todas as piscinas de ondas e categorias de ondas (mesmo que na mesma piscina).
Em um futuro próximo, à medida que mais piscinas de ondas surgirem globalmente, teremos uma leitura consistente sobre as características das ondas. Com mais informações e feedback consistentes para modelos futuros, você pode não precisar ajustar seu quiver para uma piscina de onda.
Surfland
Vamos falar aqui dos diferentes níveis de ondas da Surfland e recomendar alguns modelos para cada um testes níveis de ondas, partindo do princípio que a habilidade do surfista condiz com o tipo da onda escolhida.
Importante lembrar que tudo que foi dito acima se aplica aos surfistas mais avançados, que já soltam boas manobras e querem explorar ao máximo as ondas da piscina. Para os mais iniciantes e intermediários, o ideal é usar a prancha em que se sente mais confortável e com boa remada, para pegar o maior número de ondas e voltar rápido para o ponto de drop, visto que a intenção para eles não é atacar as ondas com manobras nas partes mais críticas.
Evolution
Para surfistas iniciantes, que já sabem ficar em pé na prancha e querem evoluir seu surf.
Malibu 1
Na altura da cintura, é uma onda fácil para surfistas que estão aprendendo a dominar o drop e começando a surfar na parede da onda. Nesta sessão, adultos devem fazer uso de pranchas softboards (aquelas de espuma em cima) e precisam já conseguir ficar de pé na prancha e estarem aptos a correr a parede da onda.
Para os menos habilidosos, bem iniciantes recomendamos o modelo Funboard Maré 8’0”.
Já para aqueles mais habilidosos ou até mais leves, recomendamos o modelo Medina Feathers.
Malibu 2
Na altura da cintura, uma ótima opção para manter a evolução no aprendizado das bases do surf, principalmente a remada e o drop, com uma parede amigável na onda. Nesta sessão o surfista deve ser capaz de surfar sem auxílio de outras pessoas e já pode usar pranchas de fibra normais.
Neste caso indicamos dois modelos, sendo a Pró-Ilha Piece of Cake recomendada para aquelas pessoas mais pesadas ou que preferem usar pranchas mais longas. Já para o mais leves ou que preferem pranchas mais curtas, vá de Chilli Cherry Peppa.
Intermediário e Intermediário Plus
Para surfistas iniciados que já sabem o básico e conseguem surfar confortavelmente com autonomia e para aqueles que dominam o básico e buscam desenvolver novas habilidades em ondas com várias seções manobráveis.
Malibu 3, Malibu 4 e Turns 1
A Malibu 3 é uma onda pequena, porém com seções rápidas nas quais os surfistas podem começar a arriscar manobras mais técnicas. Ótima opção também para longboarders experientes. Já a Malibu 4 é a maior das ondas Malibu e quebra na altura do peito. Com seções rápidas nas quais os surfistas podem arriscar manobras mais técnicas. Ótima opção também para longboarders experientes. Por fim a Turns 1, que é a menor das ondas de manobras, quebra na altura do peito. Ideal para surfistas experientes que desejam evoluir seu surf em ondas de velocidade média com várias seções manobráveis.
Estas 3 configurações apresentam ondas semelhantes, com menos partes críticas que as configurações mais avançadas que veremos mais pra frente. O que irá diferenciar aqui quanto ao modelo de prancha é mais a habilidade e a intenção do surfista do que as ondas propriamente ditas.
Isto posto, seguem 4 indicações de modelos para serem usados em qualquer uma destas 3 ondas:
Para os surfistas saindo do iniciante e entrando no nível intermediário, que já buscam evoluir suas passadas de seção, geração de velocidade e arriscar curvas mais ousadas, recomendamos os modelos Pró-Ilha Black Eye e Pyzel Astro Pop.
No caso dos surfistas mais avançados, ainda dentro do nível intermediário, que querem performar nessas configurações de ondas acima, recomendamos a Al Merrick Rocket Wide e a JS Psycho Nitro.
Avançado, Full T3 e Full T4
Para surfistas que sabem manobrar bem a prancha e querem melhorar seu repertório e evoluir rápido. A Turns 2 é uma onda de tamanho médio, na altura da cabeça. Adequada para surfistas que querem treinar manobras como batidas, rasgadas e cutbacks. É mais rápida que a onda Turns 1 e tem uma seção poderosa no final, ideal para finalizações radicais.
Já a Turns 4 é uma poderosa onda que permite aos surfistas experientes combinações de manobras com velocidade e aéreos. Tem o maior drop das ondas do menu, acima da altura da cabeça.
A Full T3 começou a ser oferecida a partir de 1º de Julho de 2024, ela é a onda de manobras mais longa oferecida no menu. Ela inicia com um drop bem desafiador, e logo depois abre uma parede bem vertical e rápida, com espaço para 4, 5 ou até mais manobras, concluindo no canal de retorno.
Da mesma forma, a Full T4 é uma poderosa onda que permite aos surfistas experientes combinações de manobras com velocidade e aéreos. Tem o maior drop das ondas do menu, acima da altura da cabeça.
Para estas configurações já consideramos que os surfistas tenham um sólido nível intermediário/avançado, ou seja, sejam capazes de gerar velocidade, fazer a escolha certa das manobras para cada parte da onda e executá-las com um bom índice de acerto.
Evolua seu surf como você nunca imaginou! Quer surfar tubos intensos? Realize o seu desejo!
Estas são as configurações mais avançadas e consequentemente desafiadoras da Surfland. Aqui você poderá escolher a Turns 3 (T3), que inicia com um drop bem desafiador e logo depois abre uma parede bem vertical e rápida, com espaço para 4, 5 ou até mais manobras, concluindo no canal de retorno.
Também pode escolher a Barrel 1, que tem o menor tubo no menu de ondas tubulares. A onda tem um drop suave seguida de uma seção aberta que permite bons surfistas realizarem até duas manobras antes de entrar na seção de tubo. É excelente para surfistas que querem entubar pela primeira vez e também para quem quiser evoluir o seu posicionamento nos tubos.
Para estas duas ondas, que já tem mais parte crítica e misturam seções de manobras de lip, com tubos e rasgadas, pensamos em pranchas completas, versáteis, velozes e mais estreitas. Sendo assim, indicamos os modelos DHD 3DV, Al Merrick Happy Everyday e Sharp Eye Synergy.
Por fim temos as duas ondas mais pesadas do cardápio. A Barrel 2 oferece um intenso tubo de tamanho médio. Surfistas experientes podem executar de uma a duas manobras antes de entrar na seção de tubos. O tubo termina com uma boa seção de manobra.
The Beast (A Besta) tem um drop vertical seguido de uma parede suave para uma manobra que de repente se transforma em um tubo forte, quadrado e perfeito. É uma onda intensa, reservada apenas para surfistas experientes que finaliza com uma parede perfeita para todos os tipos de aéreos.
Para estas duas últimas versões indicamos pranchas que tenha altas performance, sejam super ágeis a qualquer comando e respondam de forma confiável e precisa. São elas a DHD Juliette, a Al Merrick CI Pro, a Sharp Eye Inferno 72 e a Pyzel Radius.
Quilhas
Importante lembras sobre as quilhas. Primeiramente, deve-se utilizar sempre as quilhas de acordo com o peso do surfista, é claro. Depois de escolhido o tamanho, devemos nos atentar ao modelos. Existem quilhas pouco alongadas (pouco rake), neutras e muito alongadas (bastante rake). Normalmente as quilhas mais alongadas são ideais para ondas com mais área, pois elas proporcionam curvas maiores, mais abertas, preenchendo uma área maior da onda tanto na cavada quanto na manobra.
Já as quilhas neutras são intermediárias, sendo bem equilibradas para todo tipo de mar. Nem se destacam e nem prejudicam, independentemente do tipo das ondas.
Finalmente as quilhas com mais pivô, ou seja, aquelas menos alongadas, mais retas. Estas quilhas permitem que o surfista execute curvas mais fechadas, em áreas mais apertadas das ondas, que é o caso dessas da piscina. Então, para surfar na piscina prefira primeiramente quilhas da categoria mais reta, tais como a FCS Reactor e a FCS CI Upright ou a Futures P6 Blackstix e a Futures TP1 Honeycomb. Caso não tenha nenhum desses modelos e não esteja disposto a investir em novos jogos neste momento, prefira um modelo neutro como a FCS Performer e a Futures Dark Arts. Evite modelos com muito rake.
Agora que você já tem todas as informações que precisa para surfar na piscina com a prancha mais adequada ao seu nível e ao tipo de onda escolhida, entre em contato conosco para adquirir a sua e mande este artigo para seus amigos que irão junto com você nessa barca para a Surfland.