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Rabeta: entendendo os diferentes tipos

rabeta

Você provavelmente já teve, ou ainda tem, dúvidas sobre qual é a rabeta ideal para o seu tipo de surfe e de onda, certo? Também não sabe as diferenças principais entre cada uma delas? Neste artigo vamos acabar com suas dúvidas de uma vez por todas, confira!

Sem dúvidas essa é uma das principais dúvidas dos nossos clientes e dos surfistas em geral, saber qual é a rabeta ideal para suas pranchas. Pois bem, aqui vamos explicar um pouco as diferenças entre elas e suas principais características de comportamento dentro d’água. Nossa intenção é te fazer entender a importância do assunto e esclarecer de uma vez por todas qual tipo de rabeta serve para qual tipo de prancha/onda.

Conceitos Básicos

shaper rabeta

Atualmente existem quase que infinitas possibilidades de tamanhos, formatos e volumes de rabetas. Sendo assim, primeiramente vamos dar uma olhada em alguns dos principais fundamentos básicos que os shapers adotam no quesito rabeta quando estão projetando suas pranchas.

Rabetas mais largas oferecem mais estabilidade e sustentação, proporcionando assim maior velocidade e fluidez principalmente em partes mais cheias das ondas. Por outro lado, rabetas mais estreitas facilitam as trocas de borda e a execução de curvas mais ágeis, além de darem mais segurança nas partes mais críticas das ondas.

Uma rabeta com ângulos mais arredondados ou sem ângulos, como é o caso da round por exemplo, irá ajudá-lo a manter as bordas cravas na água por mais um tempo durantes as curvas, gerando arcos mais alongados e arredondados. Isso se traduzirá também em mais controle e drive.

Já no caso de rabetas com ângulos mais fechados e abruptos, como a square e a swallow, ​​mais água se dissipa durante as curvas e isso dá uma sensação de soltura e agilidade à prancha, proporcionando quebras de linha mais ágeis e arcos mais fechados. Dessa forma, uma rabeta mais redonda é melhor para ondas com faces mais abertas e amplas, como Jeffrey’s Bay ou Mundaka por exemplo.

Em ondas com paredes mais curtas e rápida, em que são necessárias reações mais ágeis e curvas mais curtas, as rabetas com ângulos fechados favorecem o surf.

Por fim é importante salientarmos que as rabetas não apenas divergem em seus formatos mas também em espessura, tipos de bordas e outline. Há rabetas mais finas com bordas mais refinadas e quebras de linha no outline que deixam a prancha super sensível. Assim como há outras com bordas mais quadradas e grossas que dão muita sustentação e velocidade à prancha, principalmente em ondas fracas.

Opinião Profissional

Perguntamos ao consagrado shaper Alexandre Snapy, da Snapy Surfboards, quais os tipos de rabeta que mais são produzidos em sua fábrica (Snapy, Pyzel, Stacey, Warner) e por que ele isso acontece. Confira abaixo o que ele nos disse em áudio:

Tipos Rabeta

Basicamente existem cerca de 5 categorias principais de rabeta e uma quantidade ilimitada de variações em cada uma. Os principais tipos de rabeta são: squash (a mais usada), square, swallow, round e pin.

Como dissemos, cada uma delas irá entregar respostas diferentes e será mais propícia para determinados tipos de ondas e de surfistas. Há de fato alguns surfistas que gostam e se adaptam tão bem a um tipo de rabeta que acabam a utilizando em quase todas as pranchas e tipos de mar, mas isso é exceção. Além disso, existem também algumas rabetas combinadas, como a round squash, a round pin e a round square por exemplo.

Squash

rabeta squash

A rabeta squash é sem dúvidas a mais comum e versátil que existem. Suas extremidades (ou cantos) são arredondadas e ela equilibra conceitos de performance, servindo bem para a maioria das pranchas e condições de mar de forma satisfatória. Elas podem inclusive serem moldadas de acordo com as necessidades de cada prancha, podendo ser mais largas ou mais estreitas, mas mantendo a performance e a versatilidade.

Seu volume extra sobre as quilhas cria boa sustentação e isso ajuda a impedir que a prancha atole em baixa velocidade. Seus cantos arredondados não se agarram durante as curvas, deixando-as mais rápidas e soltas. Por outro lado, isso oferece menos controle em ondas grandes e partes bem críticas e buraco. Por tudo isso, a squash (e a round squash) continuam sendo as rabetas mais popular desde a criação das triquilhas pelo australiano Simon Anderson, em 1981. Aliás, teríamos centenas de exemplos de pranchas com essa rabeta hoje em dia, portanto vale mencionar a maroleira DHD Phoenix com uma round squash super larga, a dinâmica Lost Driver 2.0 com uma squash clássica e a Sharp Eye Storms, que leva um bump na rabeta antes de fechar em um squash clássico levemente mais largo que o habitual.

Square

rabeta square

A square é basicamente uma squash com as pontas quadradas, formando ângulos “duros” e bem marcados nos cantos. Ela é mais indicada para ondas pequenas e paredes mais curtas, que exigem movimentos mais rápidos e quebras de linha. A rabeta square traz com ela elementos positivos da squash e da swallow e na maioria das vezes tem a característica de ser bem larga.

Como bem disse o experiente shaper carioca Henry Lelot: “se o surfista consegue afundar a maior parte da prancha para dentro da água durante as manobras, consegue maior impulsão (projeção). É a mesma teoria de quando afundamos uma bola dentro d’água. Se ela estiver cheia de ar, pulará para fora da água com mais impulsão. Por isso, quanto maior a área (largura) da rabeta, melhor a performance em ondas pequenas”. Atualmente a prancha mais famosa e adorada que leva esse tipo de rabeta é a Al Merrick NeckBeard 2.

Swallow

rabeta swallow

A swallow é considerada uma rabeta também bastante versátil e com muitas variações. Desde aquelas pranchas fish com rabetas bem largas, até aquelas mais estreitas, para pranchas usadas em ondas fortes e tubulares. Segundo o shaper do bicampeão mundial Gabriel Medina, Johnny Cabianca: “o que todas essas variações têm em comum é como a linha de borda com curva mais suave e área reduzida da rabeta dá mais estabilidade e unidade para uma prancha larga e rápida”.

A swallow tem duas pontas, uma de cada lado da longarina. São essas pontas de dão tração e segurança nas curvas. Ao mesmo tempo, a swallow é uma rabeta que dá à prancha mais soltura e agilidade, mudando de direção com facilidade, sendo muito eficiente em ondas pequenas e curtas por exemplo. Pranchas maroleiras que são muito usadas com essa rabeta incluem a Chilli BV2 e a Al Merrick FishBeard.

Round

rabeta round

A rabeta round (e também a Thumb Tail) são ótimas aqueles surfistas que buscam uma alternativa versátil em ondas de boa qualidade. Ela é ideal para quem tem apenas uma prancha e pretende usá-la em tudo que é tipo de mar, pois equilibra bem a velocidade e a manobrabilidade da squash com a segurança e as curvas suaves de uma pin (veremos a seguir).

Segundo Cabianca: “o Gabriel Medina está usando quase que só round em seu quiver, porque ele tem habilidade suficiente para surfar com velocidade em qualquer tipo de onda e a round é a mais completa para todas as situações. Aliás, até 2014 cerca de 70% das pranchas dele tinham rabetas swallow. Isso mudou, como seu surfe – ele agora tem mais power”. Como exemplos de pranchas que são muito usadas com esse tipo de rabeta temos a Cabianca The Medina e a Sharp Eye #77.

Pin

rabeta pin

Rabetas com menor área geram menos impulso, mas certamente impulso não é necessário em ondas grandes e fortes. Para esses tipos de mar vemos muitos surfistas usando as rabetas pin, aquelas bem fechadas e pontudas que até parecem outro bico (muitas vezes são mais estreitas que os próprios bicos). Por serem mais estreitas e terem menos área, ela têm mais contado com a água, o que oferece segurança e controle ao surfista, principalmente em ondas de consequência. Esse é o caso da Pyzel Padillac por exemplo.

Round Pin

round pin

Outra rabeta muito utilizada e que combina dois outros tipos de rabeta é a Round Pin. Ela é uma mescla entre uma rabeta round e uma pin. Da mesma forma que a pin, oferece muita segurança na parede da onda, mas com mais suavidade e fluidez nas curvas assim como a round. Esta rabeta permite que o surfista execute curvas mais longas e arredondadas, sendo ideal em ondas perfeitas de point breaks por exemplo. Um modelo que é muito usado com este tipo de rabeta é a Pyzel The Ghost.

Além dessas, certamente existem inúmeros outros modelos de rabetas disponíveis no mercado. Entre elas podemos citar a diamond, a half-moon e a bat-tail por exemplo. Mas elas são apenas variações criativas das mais clássicas. De qualquer forma, se você ainda não sabe qual é a rabeta ideal para sua prancha, consulte um especialista e ele saberá exatamente será o melhor para você caso a caso.

Por fim, uma frase muito importante do Johnny Cabianca para fechar nosso artigo de hoje: “No fim das contas, o fator que mais afeta o desempenho de uma rabeta é a área de saída da água que passou pela prancha. Assim, é bom conhecer a teoria sobre rabetas, mas vale lembrar: a chave para uma boa prancha não é um único elemento e sim como todos os diferentes elementos trabalham juntos”.

Boas ondas!

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